Agora é oficial. A Semana Farroupilha de Piratini, a maior da Zona Sul do Estado, está cancelada. Mais perto da data, a comissão organizadora irá apenas decidir se haverá possibilidade de no 20 de Setembro ter ao menos algum ato ou desfile de cavalarianos. Tudo dependerá da intensidade da circulação do novo coronavírus pela região.

A confirmação é do prefeito Vítor Ivan Rodrigues (PDT), que tem tratado o assunto com cautela, devido à importância do evento para o calendário turístico da 1ª Capital Farroupilha. Como a programação demandaria tempo para organização, abertura de licitações e captação de recursos, não haveria como arrastar a tomada de decisão - explica o chefe do Executivo.

“Não sabemos quais serão as sequelas da pandemia e o nosso evento reúne de cinco a dez mil pessoas por dia. Em 20 de Setembro chegam a circular cerca de 30 mil pessoas na festa”, afirma. E é o mesmo motivo de orgulho, que o faz destacar a aglomeração de público, que o faz recuar neste momento, para evitar a disseminação da doença.

O orçamento é alto. Entre montagem de estrutura e pagamento de shows e de serviços como segurança, em torno de R$ 500 mil precisariam ser desembolsados, entre verba própria e recursos obtidos com patrocínios. Cifras elevadas, diante da incerteza de que a própria comunidade da região poderia prestigiar o evento. Pelos decretos que estão em vigor no Estado, neste momento, não haveria nem autorização de realizar a programação.

“Por tudo isso, precisamos definir pelo cancelamento”, reiterou o prefeito de Piratini.

Em Pelotas, festejos também não estão garantidos

A fase é de reuniões virtuais entre representantes da 26ª Região Tradicionalista e da prefeitura de Pelotas. Até agora a programação também não está garantida. O que já se sabe é que o formato adotado nos últimos quatro anos, com apresentações e atrações artísticas no Largo Edmar Fetter, não deverá ser mantido.

“Deveremos fazer algo mais singelo. Temos muito medo. É uma grande responsabilidade realizar um evento e correr o risco de disseminar o vírus”, enfatiza o coordenador da 26ª RT, Márcio Corrêa. O compasso é de espera por orientações do Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG), que ainda não definiu como funcionaria o Acampamento Farroupilha, em Porto Alegre.

Por enquanto, o que se sabe é que a Chama Crioula que seria gerada em Canguçu para ser distribuída à região já está cancelada - adianta Corrêa.

Confira o panorama da sexta-feira

Em Pelotas
Mais 11 casos da doença foram confirmados na tarde desta sexta-feira (12) pela Vigilância Epidemiológica. Agora são 158 infectados em Pelotas; 99 já recuperados. Dos novos registros, seis diagnósticos positivos são de homens. As 11 pessoas estão em isolamento domiciliar. A Secretaria de Saúde aguarda resultado da análise de 14 exames que estão no Laboratório Central do Estado (Lacen), em Porto Alegre.

Na Zona Sul
O número de casos chegou a 297, em 11 municípios da região, até o início da noite de sexta-feira. Em Rio Grande, duas mortes estão sob suspeita do novo coronavírus. Até agora, a Zona Sul possui três óbitos registrados: dois em Rio Grande - nos dias 1° de maio e 5 de junho - e um em Canguçu, confirmado no feriado de Corpus Christi. Confira o cenário da pandemia:

Pelotas: 158
Rio Grande: 70
Canguçu: 28
Santa Vitória do Palmar: 15
São Lourenço: 8
Piratini: 7
Pinheiro Machado: 3
Capão do Leão: 3
Arroio Grande: 3
Candiota: 1
Jaguarão: 1

No Estado
Até as 18h30min, o total de infectados no Rio Grande do Sul era de 14.384, em 343 cidades; 81% já estão recuperados. É um dos índices mais altos desde o começo da pandemia. O número de mortes era de 337.